Fortalecendo sonhos, revendo ações e reafirmando os objetivos da ação pastoral da Arquidiocese de Passo Fundo, cerca de 90 pessoas se reuniram neste sábado, 16, para a reunião do Conselho Arquidiocesano de Pastoral. O encontro, realizado no salão paroquial da Catedral Metropolitana, contou com a presença de representantes das 53 paróquias, além das pastorais, movimentos e obras sociais da Arquidiocese.
O conselho, que é tradicionalmente um espaço de estudo e formação, debateu o Documento 101 da CNBB - A Igreja e a questão agrária brasileira no início do Século XXI, com a assessoria do Pe. Ari Antônio dos Reis, membro da Comissão Nacional de Justiça e Paz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. O dia foi também para rever as ações desenvolvidas a partir do Ano da Juventude, vivenciado em toda a Arquidiocese pelo 16º Plano de Evangelização.
Dom Antonio Carlos Altieri, arcebispo de Passo Fundo, acolheu os presentes e proferiu as palavras de abertura do encontro. Na ocasião, dom Altieri lembrou a importância do trabalho desenvolvido pelas lideranças nas paróquias e comunidades onde estão, ressaltando a necessidade do entusiasmo para novos projetos em comunhão. “No Antigo Testamento o Espírito Santo falava às pessoas. No Novo, o Espírito fala às comunidades. Por isso o nosso desafio de caminhar juntos, abertos à ação de Deus, como Abraão, que tinha fé”, afirmou o arcebispo.
O documento 101, aprovado na 52ª assembleia geral da CNBB, em maio de 2014, foi refletido nesta reunião do conselho especialmente em virtude da preparação para a 38ª Romaria da Terra, que ocorrerá em David Canabarro no mês de janeiro de 2015. A Romaria tem como tema “Sucessão rural familiar, políticas públicas e sustentabilidade” e lema a frase do livro de Gênesis “Eu darei esta terra à sua descendência”.
Durante o estudo, Pe. Ari dos Reis apresentou o documento, em sintonia com a realidade da Arquidiocese de Passo Fundo. Um dos principais elementos reforçados pelo assessor foi o modo de compreender a terra, que pode ser espaço de trabalho ou de negócio. Para facilitar a reflexão sobre o tema, padre Ari iniciou falando sobre a situação agrária atual e suas implicações para a vida social no Brasil. Para ele, é preciso perceber os clamores dos povos da terra, das águas e da floresta: indígenas, quilombolas, sem terras e assentados, ribeirinhos e pescadores, produtores familiares, realidades urbanas e assalariados.
Em seguida, trabalhou o olhar da Igreja sobre a atual questão agrária no país e nos municípios da arquidiocese. Neste sentido, o documento motiva para a posse e o uso da terra à luz da Palavra de Deus, identificando e afirmando critérios pastorais e revendo a função social da propriedade rural.
Concluindo as reflexões e sugerindo um debate mais ampliado, Pe. Ari dos Reis realçou a importância de esclarecer e fortalecer os compromissos pastorais da ação evangelizadora da Igreja, apontando sinais de esperança e caminhos alternativos para superar as dificuldades. Os conflitos gerados pela posse da terra e a desvalorização da agricultura familiar e da agroecologia, foram alguns pontos destacados e que exigem uma urgente atenção e solução.
Na parte da tarde, ocorreu também o relato das atividades realizadas pelo Setor Juventude este ano, que é para a Arquidiocese, o Ano da Juventude. Entre as principais ações está a produção de um subsídio de estudo e celebração, o material Juventude Anúncio de Boa Nova. O livrinho foi estudado em todas as áreas pastorais da Arquidiocese, motivando para a participação dos jovens nas comunidades e paróquias.
O coordenador arquidiocesano de pastoral, padre Renato Estevão Biasi avaliou o encontro de forma muito positiva, salientando a representação das áreas pastorais, lideranças, serviços e movimentos da arquidiocese. Pe. Renato valorizou também o estudo do documento que está agora sendo popularizado nas dioceses. “Fica o desafio de continuar esta reflexão olhando para a nossa realidade local”. O coordenador valorizou o trabalho do Setor Juventude: “o momento apresentou os passos dados e possibilitou projetar daqui para frente, até o coroamento do Ano da Juventude, na Romaria de Nossa Senhora Aparecida”. – Confira na íntegra a entrevista em áudio no final desta notícia.
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Victória Holzbach
Assessoria de Comunicação da Arquidiocese de Passo Fundo
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