A assembleia da ação evangelizadora, realizada neste sábado, reuniu cerca de 300 pessoas que definiram as ações para 2015 a 2019
“Se ficarmos surdos à sociedade, ficaremos também mudos e eles não nos escutarão”. A provocação de dom Leomar Brustolin, bispo auxiliar de Porto Alegre, encontra o objetivo da Igreja no Brasil e na Arquidiocese de Passo Fundo, de ser discípula, missionária, profética e misericordiosa. Disposta a rever o caminho percorrido e definir as prioridades para os próximos quatro anos, a Arquidiocese de Passo Fundo realizou neste sábado, 05 de dezembro, sua assembleia da ação evangelizadora.
O encontro reuniu mais de 300 pessoas na Universidade de Passo Fundo e trabalhou especialmente as Linhas de Ação das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja do Brasil: Conversão Pastoral em vista de uma Igreja em Saída; Iniciação à Vida Cristã; Discipulado Missionário centrado na Palavra de Deus; Revitalização das pequenas comunidades; e Igreja Profética e Misericordiosa a Serviço da Vida. Estiveram presentes também dom Paulo De Conto, administrador apostólico e de dom Pedro Ercílio Simon, arcebispo emérito de Passo Fundo.
Para olhar as vivências de 2015, o Ano do Cuidado com a Vida, as áreas pastorais partilharam seus motivos de louvor e perdão. Além disso, as 53 paróquias elaboraram suas preces a Deus a partir deste caminho percorrido: Pai, queremos ser Igreja em saída e em missão. Que a iniciação cristã, fortalecida na Palavra de Deus, nos leve ao testemunho. Pedimos para que nossas famílias e comunidades juntas, construam uma Igreja profética a serviço da vida, rogava uma delas.
Durante a manhã, dom Leomar Brustolin apresentou as diretrizes, detalhando cada linha de ação. “A Igreja é discípula para aprender. Quando não somos discípulos, todos viram messias”, apontou o bispo, ressaltando que a experiência de encontro com Deus é o que muda a Igreja e o Cristão. “Não existe mudança pastoral que não comece pela catequese”, afirmou dom Leomar, pontuando a importância da iniciação da vida cristã para o fortalecimento da fé e da Igreja.
Os agentes participantes da assembleia ajudaram efetivamente na construção de propostas práticas de ação nas cinco linhas, divididos em grupos. Entre os desafios para serem concretizados pela arquidiocese nos próximos quatro anos estão: garantia de uma Igreja aberta, renovação da pastoral do batismo, formação dos catequistas, prática da leitura orante, escolas de formação por áreas pastorais, organização da pastoral do dízimo, fortalecimento dos conselhos de pastoral, trabalho com a pastoral do migrante, formação de agentes para atuação em conselhos municipais e o II Seminário da Ação Social da Igreja.
Dom Leomar concluiu as reflexões e encaminhamentos da assembleia a partir das discussões dos grupos: “Para que a Igreja esteja verdadeiramente em saída, precisa ir ao encontro dos que estão afastados”. Segundo ele, para renovar as paróquias, é preciso revitalizar as comunidades. Além disso, para ele, a Igreja deve ser relevante na sociedade através da caridade, iluminada pelo Ano da Misericórdia.
A assembleia contou também com a presença do padre César Leandro Padilha, secretário executivo da CNBB no Rio Grande do Sul. Reforçando que é preciso ouvir a voz de todos dentro da Igreja, padre César relembrou o objetivo geral da Igreja do Brasil e afirmou que são necessárias inúmeras mudanças, em âmbitos pessoal, comunitário e eclesial. “Se o Espírito Santo fez surgir na Igreja uma revolução chamada Papa Francisco, porque eu vou achar que eu não preciso mudar?”, questionou. Para encerrar, o secretário executivo partilhou as palavras do papa João XXIII: “Continuemos, pois, a amar-nos, a querer-nos bem; olhando-nos mutuamente no encontro, recolhendo aquilo que nos une, deixando de lado qualquer coisa que nos possa criar dificuldade”.
Victória Holzbach
Assessoria de Comunicação da Arquidiocese de Passo Fundo
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