“Os jovens não devem ser objeto, mas sujeito do anúncio do Evangelho. A Igreja deve ser mãe e casa dos jovens”: eis a esperança dos Padres Sinodais, reunidos, desde a quarta-feira, 03, no Vaticano para a XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, com o tema “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”.
Concentrados na primeira parte do “Instrumentum Laboris” – o Documento preparatório do Sínodo –, os padres estão dedicados ao tema da “escuta”. “Os jovens não devem ser objeto, mas sujeito da proclamação do Evangelho”: eis a esperança dos Padres Sinodais. A ideia é de um renovado protagonismo missionário na Igreja, em campo social e político, para que as novas gerações sejam fermento e luz do mundo, artífices da paz e da civilização do amor. É válido ressaltar que os trabalhos do Sínodo se organizaram em uma estrutura de três partes,sendo a primeira dedicada à Igreja em escuta da realidade, que se alargará durante esta primeira semana do Sínodo. As outras duas são “interpretar” e “escolher”.
Descarte, credibilidade da Igreja e afetividade
Nas intervenções dos 25 padres sinodais, falou-se sobre o problema do descarte, a credibilidade da Igreja (como ser confiável para os jovens), a afetividade e a sexualidade, a vocação no sentido amplo (sem reduzi-la apenas ao âmbito religioso).
Também se falou da necessidade de recuperar a capacidade de escuta e a paternidade da Igreja. Refletiu-se sobre a família como lugar da fé, sobre como os jovens vivem a própria religiosidade, como se pode fazer para que as religiões permaneçam abertas ao diálogo e ao testemunho.
Além disso, falou-se da capacidade de profecia dos jovens, de sua capacidade de olhar para o futuro. Foi abordado o perdão da Igreja quando não se esteve à altura de seus compromissos. Tratou-se da temática dos abusos. Falaram da necessidade de a Igreja ser empática, das relações entre diferentes gerações.
Privilégio para a Igreja
O Prefeito do Dicastério para a Comunicação do Vaticano, Paolo Ruffini, destacou, em entrevista, que o Sínodo é um momento privilegiado para a Igreja. “É uma oportunidade para todos. Para a Igreja é uma oportunidade de rejuvenescermos, porque envelhecemos quando perdemos a força do Evangelho. Portanto, é uma oportunidade de rejuvenescermos com a ajuda dos jovens, que não são uma ameaça, mas uma bênção de Deus”.
Ele ainda acrescentou: “Estamos aqui para escutar profundamente os clamores da juventude de todo o mundo. É preciso caminhar com um ouvido no povo e outro no Evangelho e, neste caso, com um ouvido nos jovens e outro no Evangelho”, concluiu.
Sammara Garbelotto
Assessoria de Comunicação da Arquidiocese de Passo Fundo
imprensa@arquidiocesedepassofundo.com.br