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05.Mai - Dom Rodolfo relata a visita Ad Limina (Parte 8)
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Dom Rodolfo relata a visita Ad Limina (Parte 8)

Hoje, 5 de maio, das 9h às 11h os Bispos do Regional Sul 3 da CNBB tiveram um “encontro muito fraterno com o Papa Francisco, que nos acolheu em uma ala da Sala Paulo VI”. Segundo Dom Rodolfo Luís Weber, Arcebispo de Passo Fundo, “o Papa estava bem-disposto e alegre, mesmo com suas dificuldades para caminhar, mas nos acolhendo em um clima muito fraterno, descontraído e espontâneo. A primeira fala que ele fez foi para que ficássemos à vontade, para beber água, ir ao banheiro, o que fosse preciso, e acima de tudo que tivéssemos a liberdade e espontaneidade de fazermos as perguntas e colocações que estivessem presentes em nosso coração. Foi um momento muitíssimo agradável. Foi muito animador para todos nós estar na presença do Papa Francisco”.

 

Guerra e Paz

Na conversa, o Papa fazia reflexões “trazendo presente os pontos principais que ele sempre nos recorda. Esteve presente o tema da guerra na Ucrânia, onde ele apresentou a sua visão, a sua leitura do contexto mundial. Como ele mesmo chamou atenção, é um assunto bem complexo que não dá para apenas colocar um culpado na situação, mas tem todo um jogo de interesses das forças envolvidas no contexto. Ressaltou que há um conjunto de interesses, especialmente dos fabricantes de armas, que procuram testar e descartar suas armas. Não podemos esquecer que numa guerra entre as vítimas estão jovens que sofrem, bem como, os inocentes que padecem. Como os últimos papas, o Papa Francisco também diz que ‘todos perdem com a guerra’. Vemos nele uma visão muito lúcida sobre a situação e ao mesmo tempo muito ponderada, mostrando como é difícil compreendermos os culpados, mas diz que não podemos colocar a culpa somente em um lado, porém, é preciso trabalhar pela paz. Ainda acentuou que, na visão dele, estamos vivendo uma terceira guerra mundial, que está acontecendo em muitos focos isolados no mundo inteiro, porém, esta da Ucrânia chama mais atenção por acontecer em nossa casa, no Ocidente, mas não podemos minimizar os conflitos no resto do mundo”.

 

Reforma da Igreja

No segundo momento a pergunta feita foi sobre a reforma da Cúria Romana, proposta pela Constituição Apostólica Praedicate Evangelium. O Papa nos lembrou que no seu governo e na sua missão de Papa, procura realizar aquilo que os cardeais, no Consistório, apresentaram como desafios para a Igreja no tempo presente. Ele lembra que aquilo que ele está fazendo não é só ideia dele, mas exatamente o que foi pedido que o futuro Papa fizesse antes da sua eleição. Por isso, logo no início do seu pontificado escreveu a Evangelii Gaudium, pois a primeira missão fundamental da Igreja, em qualquer época ou contexto, é anunciar o Evangelho.

 

Ele também lembrou que A Alegria do Evangelho deve ser colocada junto com o Evangelii Nuntiandi, de Paulo VI, um documento que não perdeu a atualidade; por isto sempre deve estar presente e, também aquilo que Aparecida fez e ensinou. O Evangelii Gaudium é a “síntese” da Evangelii Nuntiandi com o Documento de Aparecida. Ele brincou que fez um plágio com estes dois documentos da Igreja; por isso, lembra que a missão primeira da Igreja é evangelizar.

 

Também disse que todas as estruturas que fazem parte da Cúria Romana sempre necessitam de revisão. Assim que assumiu a sucessão petrina, logo nomeou uma comissão, que fez os seus trabalhos e chegou a suas conclusões, nas quais temos algumas mudanças significativas, como, por exemplo, que para ser presidente de um Dicastério necessariamente não precisa ser um cardeal. Os cardeais têm algumas missões bem específicas na Igreja. Por isso, já temos dois presidentes de Dicastérios que não são cardeais; da Comunicação que é um leigo e para a Congregação do Clero, que é um arcebispo.

 

Sínodo

O Papa Francisco, afirmando a importância do Sínodo, novamente fez referência a Paulo VI, o qual percebeu que a Igreja precisa ser sinodal, com exatamente esta forma de participação. No levantamento feito no último Sínodo, apareceu forte este tema da sinodalidade, e por isso, é o tema do atual. O mais importante, como lembrou o Papa, é o espírito sinodal, o modo de viver a Igreja. O Sínodo pretende exatamente ajudar as pessoas a entenderem o que é a sinodalidade, o que é o Sínodo e porque precisamos ser formados no espírito sinodal. Como ele mesmo alertou, o Sínodo não é um parlamento, uma simples votação de maioria, mas entender, de fato, o que a Igreja entende por sinodalidade.

 

Pacto Educativo Global

Esta é uma proposta muito importante do Papa. Falando do Pacto Educativo Global, Francisco lembrou o bonito trabalho feito pelo Dicastério pela Educação, que de fato promoveu e ajudou o Papa na compreensão deste documento. Como ele indicou, “este é um Pacto que quer envolver os envolvidos no ambiente educativo, a família, o educando, a sociedade, a Igreja”.

 

A educação nos últimos anos, especialmente a partir do iluminismo, acentuou demais a dimensão da racionalidade, da inteligência, apenas o saber, mas o Pacto lembra que a educação deve ter cabeça, coração e mãos, uma dimensão intelectual do conhecimento, o coração, o sentimento, as emoções, e as mãos que implicam diretamente o agir, que muda a ação das pessoas. A cabeça, o coração e as mãos não podem ser separados quando falamos do ambiente educativo.

 

Vida Espiritual

Também foi feita uma pergunta pessoal, de como o Papa se cultiva, quais são os cuidados que ele tem consigo mesmo para poder realizar a sua missão. Francisco primeiramente acentuou que não há nada de especial e diferente no seu modo de viver o cotidiano, nem naquilo que cultiva, mas também colocou alguns elementos interessantes de ressaltar. Primeiro, que não podemos dramatizar as situações, se temos um problema grave ele deve sim ser tratado na sua gravidade, mas não pode ser amplificado além daquilo que é o problema; desse modo a pessoa também não perde o senso de humor diante das situações todas que se vivem. Em relação a sua vida espiritual, disse que como Bispo de Roma e da Igreja, procura cultivar esta relação próxima com Deus na oração, com os bispos colaboradores diretos, com os padres e com todo o Povo de Deus, mantendo sempre uma atitude de serviço.

 

Movimentos Sociais

O Papa falou dos Movimentos Sociais. Disse que os Movimentos se distinguem do Sindicatos e de outras organizações, especialmente porque é uma capacidade que a sociedade tem de se organizar e achar respostas para a sua vida. Por isso, eles devem ser valorizados e acompanhados, porque as respostas todas não podem vir de estruturas organizadas, governativas, mas deixar a sociedade civil também se organizar.

 

América Latina

Dom Rodolfo prossegue seu relato dizendo que o Papa comentou rapidamente uma pergunta feita sobre a visão da América Latina. Francisco lembrou de desafios que a América Latina tem pela sua dependência de outros países e, muitas vezes, as soluções procuradas são dominadas por ideologias, tanto de direita quanto de esquerda. Então, quando a solução dos problemas passa pelo abraçar ideologias, em vez de unir vai dividindo.

 

Presbíteros

Lembrou da importância da colaboração, da proximidade dos presbíteros com os bispos e também dirigiu uma palavra afetuosa a todos os padres que tem esta missão brava de sacrifícios junto às suas comunidades paroquiais. Ressaltou a importância da formação continuada dos padres, pois, depois da formação primeira no Seminário, a formação precisa continuar num cultivo constante em quatro pilares: humano-afetiva, teológica, espiritual e pastoral.

 

Jovens

A missão com os jovens é um grande desafio. É preciso ouvi-los. A Christus Vivit repete e insiste nisso, que é preciso ouvi-los e levá-los a sério. Se eles têm desafios, eles também são parte da solução. Por isso, os jovens desejam algo consistente, algo exigente; não os tratar com rigorismos, com coisas pré-definidas; os jovens querem algo exigente e grandioso, algo que lhe valha a pena dedicar-se. Ao mesmo tempo, há momentos que é preciso dar espaço para a sua manifestação e para fazerem as suas experiências, a fim de que possam amadurecer. O Papa deu todo apoio para que as dioceses possam dar uma atenção especial aos jovens e ofereceu algumas dicas pastorais bem interessantes.

 

Dom Rodolfo conclui este relato sobre o Encontro com o Papa dizendo que “o encontro foi muito agradável, muito rico, muito espontâneo, sincero e fraterno. Nos sentimos muito felizes em ter esta oportunidade e como foi sempre dito, o bispo vai em nome próprio, mas acima de tudo, também vai representando a Igreja Particular”.

 

Visita à Comissão de Proteção dos Menores

Na tarde de 5 de maio, os Bispos do Rio Grande do Sul, foram divididos em dois grupos. O primeiro visitou a Pontifícia Comissão para a Tutela dos Menores e o segundo a Pontifícia Comissão para a América Latina. Dom Rodolfo participou do primeiro grupo. A Pontifícia Comissão para a Tutela dos Menores tem como Prefeito o Cardeal Sean Patrick O´Malley. Segundo Dom Rodolfo, a Comissão “nos recordou as orientações do Papa Francisco sobre o procedimento a ser dado em casos de abusos”. Foram relatadas algumas iniciativas de alguns países. Falou-se que o planejamento é importante para enfrentar, mas também para prevenir problemas. A Comissão pede que, além da Igreja, a sociedade, as autoridades civis, também coloquem o assunto da proteção dos menores e vulneráveis em pauta.

 

Veja também

Parte 1

Parte 2

Parte 3

Parte 4

Parte 5

Parte 6

Parte 7


Fonte: Coordenação Arquidiocesana de Pastoral

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