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10.Abr - Fração do Pão: um rito profundo e inspirador para a iniciação à vida cristã
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Fração do Pão: um rito profundo e inspirador para a iniciação à vida cristã


Jesus é modelo de uma vida repartida, doada em vista da construção do Reino de Deus. Durante a última ceia, a fração do pão é um dos gestos mais significativos de sua doação em favor da humanidade. Os textos bíblicos relatam o acontecimento: “A seguir, Jesus tomou um pão, agradeceu a Deus, o partiu e distribuiu a eles, dizendo: ‘Isto é o meu corpo, que é dado por vocês. Façam isto em memória de mim’” (Lc 22,19). A importância dada por Jesus ao gesto é um convite para aprofundarmos seu sentido.


O rito da fração do pão na Igreja primitiva
A fração do pão estava entre os ritos fundamentais da celebração na Igreja primitiva. Os quatro relatos sobre a instituição da Eucaristia descrevem o gesto de Jesus. Esse rito se tornou prática concreta nas primeiras comunidades. Os Atos dos Apóstolos identificam os cristãos de Jerusalém como “assíduos (...) na fração do pão” (At 2,42), recordando uma prática ligada às casas (At 2,46).


Para além dos relatos bíblicos, a centralidade do rito foi preservada também na arte cristã. A mais antiga pintura eucarística conhecida até então, datada do séc. III, está na catacumba de Priscila. Ela apresenta o “rosto” da celebração daquele tempo através de um rito: a fração do pão. Como se não bastasse, fração do pão foi um dos primeiros nomes dados à celebração cristã, que só depois veio a ser chamada de Eucaristia e, bem mais tarde, Missa ou Celebração Eucarística. No tempo apostólico esse nome remetia à multiplicação da presença de Cristo, com a união dos diversos comensais num mesmo pão, o que caracterizava a unidade de muitos em um só corpo.


Significado do rito dentro da Celebração Eucarística
Ao longo da história o rito da fração do pão adquiriu importância e sentidos complementares. Nos primeiros séculos, antes do acento na dimensão da adoração, era considerado um dos momentos mais importantes da celebração, senão o mais importante. A fração de um único pão era uma demonstração de unidade e comunhão entre os fiéis, o que também remetia à união com Cristo, como Paulo já havia exposto na Primeira Carta aos Coríntios (10,16-17).


Com o passar do tempo surgiram outras práticas, como o costume de guardar um fragmento do pão eucarístico de uma missa para colocar dentro do cálice da missa seguinte. Essa prática do séc. VIII manifestava a ligação entre uma missa e a outra. Em dados momentos também eram usados fragmentos do pão eucarístico consagrado na missa do papa como “fermento” para as missas das demais igrejas. Diferentemente, dos exemplos anteriores, a instituição da reserva eucarística aos doentes, datada da metade do primeiro milênio, ainda permanece.


No segundo milênio difundiu-se o uso de pequenas hóstias, retirando a compreensão tradicional da fração do pão. O Concílio Vaticano II recuperou o sentido do rito da Igreja primitiva. Além disso, manteve a aclamação do Cordeiro de Deus, a qual acompanha o rito da fração do pão.


Algumas intuições para a Iniciação à Vida Cristã
Penetrar na “alma do rito”, em sua ligação mais profunda com a Palavra e a prática cristã, é um dos desafios da iniciação à vida cristã. Elencamos algumas sugestões para a vivência do rito da fração do pão:


· Que o presidente da celebração realize o rito de forma visível à assembleia, podendo valorizá-lo oportunamente com o uso do pão ázimo;
· Ao cantar o Cordeiro de Deus a assembleia ressalta o rito da fração do pão;
· A prática de oficinas com o rito da fração do pão ajuda na sensibilização e na ritualidade;


Para refletir
· Como o rito da fração do pão é realizado nas celebrações eucarísticas de sua comunidade?
· O rito da partilha do pão tem gerado um espírito de partilha no local em você vive?


 


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