O CAMINHO PERCORRIDO
A tradição musical de toda a Igreja constitui um tesouro de inestimável valor, que sobressai às demais expressões artísticas, principalmente, porque o canto sacro, que envolve as palavras, é parte necessária e integral da liturgia solene (SC, nº 112).
A música sempre ocupou espaço de suma importância em todas a culturas. Desde a antiguidade o homem expressa sua espiritualidade ou suas experiências espirituais por meio da música. Através dela consegue expressar mais plenamente o seu interior, o mundo espiritual comunicando os sentimentos do coração. É sobretudo no âmbito do culto religioso que, em todas as civilizações, a música tem ocupado um lugar importante, tornando-se a forma mais natural e característica de expressar louvor, súplica, celebração e luto.
Vejamos alguns documentos que nos ajudarão na compreensão da música na liturgia e seu significado na centralidade da oração litúrgica:
O Documento (Motu Próprio Tra le Solicitudini, nº 1) propunha trazer a música litúrgica de volta a uma pureza digna do culto de Deus, para que pudesse verdadeiramente estar a serviço da oração da Igreja. O Papa reconhece a importância da música para o culto litúrgico e a transmissão da fé e deseja que ela se torne instrumento adequado para o desempenho das suas elevadas funções espirituais. “a finalidade da música sacra é a glória de Deus e a santificação dos irmãos” é o ponto de partida. (Pio X Motu Próprio Tra le Solicitudini, nº 1).
A Constituição Conciliar “Sacrosanctum Concilium” em 1963, primeiro documento a encontrar a forma definitiva – descobre a centralidade da oração litúrgica que se coloca a serviço para ajudar o povo de Deus a louvar o Senhor da glória com todo seu ser.
O Documento fala do “Ministério da música sacra no culto do Senhor.” (SC nº 112) É um serviço exercido dentro da celebração para o bem da comunidade celebrante. Serviço exercido da gratuidade, da devoção, do amor e do espírito de sacrifício. Os que exercem este ministério o fazem em nome de outro. O texto segue enfatizando a importância da música sacra em unidade com a ação litúrgica, “Por conseguinte, a música sacra será tanto mais santa quanto mais estiver unida à ação litúrgica.” (SC nº 112)
Faz-se necessário reconhecer que graças ao uso da música, os sentimentos de oração, do louvor alegre à súplica, adquirem uma expressividade nova e mais completa. A mente, o coração, o corpo e a voz se unem complementando-se e elevando-se ao louvor. A oração se torna mistério vivido e experiência mística, no amor e na contemplação de Deus.
Fonte: Ir. Mirtes Roman e Louisiane Araujo