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20.Mai - Artigo 12 - O centro do caminho litúrgico
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Artigo 12 - O centro do caminho litúrgico

 


Certamente você já deve ter se perguntado para onde nos conduz a liturgia que celebramos? Qual o seu ponto auge, o centro deste Mistério que celebramos ano a ano, todos os anos... Pois bem, o Vaticano II nos recorda que o Ano Litúrgico é organizado anualmente em torno dos Mistérios de Cristo: seja nas celebrações dominicais, ao celebrarmos a Palavra e Eucaristia, seja na celebração dos outros sacramentos, seja na festas dos santos ou na recitação da Liturgia das horas, os fiéis celebram concretamente no “tempo da Igreja” o “tempo de Cristo” e sua realidade salvadora. Portanto, o ano litúrgico é essencialmente de Cristo em todas as celebrações que atualiza, não podendo haver separação entre a Liturgia e o Mistério de Cristo mesmo.


Consequentemente, a Páscoa é o centro do ano litúrgico e esse mistério central da fé se repete anualmente, semanalmente, diariamente em cada celebração, a saber, celebração sacramental da Páscoa de Cristo, ou seja, de sua obra de Redenção-Aliança realizada em sua morte-ressurreição, síntese de todo o Mistério da Salvação. Esta celebração da Páscoa de Jesus esta no centro da pregação desde a Igreja primitiva, revelando a todos o profundo amor do Pai, que entrega seu Filho por nós, e, do Filho, que na obediência, se oferece na Cruz, inaugurando assim a nova e eterna Aliança firmada no amor entre Deus e a humanidade. Ao celebrarmos este Mistério, no dom do Espírito, participamos das riquezas da salvação oferecidas por nosso Senhor Jesus Cristo. Daí brota o novo homem, a reconstrução de toda a criação, surgem “novos céus e nova terra”(Ap21,1). Desse Mistério é possível contemplar o destino último de nossa existência, conscientes de que Deus não apenas conduz a história humana e o cosmos, mas nos conduz a plenitude da vida, que ultrapassa essa dimensão física e nos apresenta a beatífica esperança das realidades celestes, a vida eterna.


A Liturgia, Mistério Pascal em ato: a Sacrossanctum Concilium recorda que a salvação de Deus, desde o Antigo Testamento, se realiza em Cristo, uma vez que todos somos redimidos na morte-ressurreição-ascensão de Cristo. Portanto, a Páscoa ocupa o centro da história da salvação, trata-se do verdadeiro cumprimento da Antiga Aliança bem como de toda a obra redentora do Cristo; Ocupa o centro da ação litúrgica, atualizando, no tempo da Igreja, aquela obra única e indispensável a toda criação e em especial, a humanidade. Em suma é preciso dizer que a liturgia é a atualização do mesmo mistério da salvação realizado por Cristo. Não é outra páscoa, ou apenas recordação dela, mas é a páscoa em ato mesmo, fazendo-nos viver a salvação neste momento, por meio dos sinais reais e eficazes próprios dos sacramentos amparados pela graça divina.


Mistério Pascal e existência Cristã: a celebração na Liturgia da salvação pascal é marcada pelo já e pelo ainda não. Um mistério celebrado em vida. Fazendo com que a graça recebida na celebração dos sacramentos passe para a vida por meio da fé. É muito importante recordar que o Mistério da Páscoa de Cristo esteve, está e estará em ação em todos os tempos, conduzindo-nos ao cumprimento da esperança e a segunda vinda de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Não é sem sentido que sintetizamos este central Mistério na vigília Pascal, expressando estas palavras: “Cristo ontem e hoje. Princípio e fim. Alfa e ômega. A Ele o tempo e a eternidade. A glória e  o poder, pelos séculos sem fim”.


Liturgia e Igreja: a Liturgia é o culto público da Igreja. Não são celebrações pessoais, mas celebrações da Igreja, que é “Sacramento da Unidade”, ou seja, povo de Deus orientado por seus bispos. Pertence a todo o corpo da Igreja, manifestando-o e influenciando-o, segundo a variedade dos estados de vida. Nela se revela o corpo místico de Cristo.  É ação conjunta de Cristo e da Igreja.  A Igreja, corpo e sacramento de Cristo, dá continuidade a ação santificadora de Cristo. É continuadora de sua oração dirigida ao Pai ao longo de sua encarnação e, a realiza unindo a este dom o seu corpo, a saber, os fiéis. Assim como Cristo nunca está sozinho, mas sempre associa a si a Igreja, sua amada esposa, a Liturgia se torna ação sagrada por ser ação de Cristo Sacerdote e cabeça, e, de seu corpo, que é a Igreja. Portanto, o sujeito da Liturgia é a Igreja, seja na comunidade (corpo) ou no seu ministro ordenado (cabeça), não havendo assim, liturgia “em nome da Igreja”, mas sempre a “Liturgia da Igreja” pois seja na cabeça, seja corpo, será sempre a Igreja que neles ora.


Resumo por: Pe. Bruno César de Almeida Silva. In: Elberti. Arturo. A liturgia no Mistério da Igreja. Cadernos do Concílio, v.6, (cap.3). Brasília: Ed. CNBB, 2023.


 


 


Fonte: Pe. Bruno César de Almeida Silva

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