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13.Jul - Dialogar é uma forma de comunicação a ser aprendida
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Dialogar é uma forma de comunicação a ser aprendida

Em 2021, a Campanha da Fraternidade Ecumênica (CFE) nos desafiou à “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor”. Porém, o diálogo precisa ser praticado durante o ano todo, por toda a vida e não somente no período quaresmal. É realmente desafiador, pois nos mostra que o diálogo é um estilo de vida, que envolve comunicação. O que é diálogo? Como está nossa comunicação? Somos capazes de dialogar?


O lema da CFE “Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade” (Ef 2,14), nos mostra que é Cristo que nos possibilita a unidade através do diálogo. Neste sentido, alguns passos são essenciais para reaprendermos a dialogar. É o que tentaremos construir.


Como Equipe de Coordenação Arquidiocesana de Animação Bíblico-Catequética, publicaremos nos meses que seguem alguns textos, em sequência, que possibilitarão a reflexão e a prática do diálogo, da comunicação. Teremos por base a Formação sobre a Campanha da Fraternidade Ecumênica (CFE) da CNBB, seus assessores, Pe. Paulo Renato Campos, Pastora Sônia Mota, Pe. Marcos Taborda, Pastor Eliel Batista e da Mestra em Ciência da Religião, Janaína Gonçalves, através de Lives, nos dias primeiro a três de dezembro de 2020.


O Papa Francisco, por oca­sião do lançamento do Pacto Educativo, 12 de setem­bro de 2019, chama atenção para a educação para a paz, justiça, amizade social e fraternidade entre todos os povos da terra, bem como para o diálogo entre as várias religiões e culturas.


Discípulos comprometidos com uma cultura de paz.


Como discípulos missionários de Jesus, não podemos ficar indiferentes perante os diversos tipos de violência que afetam especialmente as pessoas mais indefesas e desprotegidas. Não devemos nos “habituarmos” a níveis elevados de violência e não nos sentirmos ultrajados por eles.


No vídeo mensagem para a intenção de oração do mês de fevereiro de 2021, o Papa Francisco denuncia “a violência psicológica, a violência verbal, a violência física, a violência sexual”... e afirma categoricamente que esta violência é “uma covardia e uma degradação para toda a humanidade”.


Face aos diferentes tipos de violência, somos chamados a trabalhar com maior força na prevenção e gestão pacífica dos conflitos, na mediação entre as partes em conflito e numa educação para a paz e a não-violência ativa. Tudo isto requer uma maior consciência nas nossas sociedades de “quanto vale um ser humano, de quan­to vale uma pessoa, sempre e em qualquer circunstância” (FT 108), uma dimen­são primordial da nossa missão.


O Povo de Deus é convocado ao diálogo 365 dias do ano


O período quaresmal da Igreja no Brasil nos convida a refletir, através da Campanha da Fraternidade Ecumênica (CFE), sobre um modo de viver, que precisa se estender durante todo o ano, buscando soluções práticas, para fazer acontecer. Seu grande objetivo é despertar a solidariedade dos fiéis, em relação a um problema concreto, que envolve a sociedade brasileira, em todas as esferas, buscando caminhos de solução, à luz da Palavra de Deus. É uma ação Evangelizadora, que em 2021, pede para olhar com mais atenção para o diálogo, vivido de forma Ecumênica com as Igrejas membros do CONIC - Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil. 


O exemplo de diálogo e de convivência fraterna, das Igrejas cristãs, é um precioso testemunho para um mundo que já não dialoga mais. Após séculos de separação, de incompreensões, de indiferença e oposições, voltou a surgir nos cristãos a consciência de que a fé em Cristo nos une e oferece aquela força capaz de superar o que nos divide. Essa convivência fraterna se estende a todas as situações da sociedade e não só das Igrejas cristãs. O foco é despertar para a importância de disposições pessoais, que favoreçam espaços e meios, que ajudem as pessoas e comunidades de fé, a redescobrirem o valor do diálogo e assumir os passos, os caminhos, os processos que possibilitam a existência.


O que é diálogo?


Diálogo é uma postura, um modo de ser. O diálogo é um estilo de vida, uma forma de testemunhar a beleza da unidade em meio às diferenças. A proposta é que a sociedade dialogue e seja testemunho de fraternidade, pois somente a lógica da fraternidade, a lógica apocalíptica, que é o diálogo, mostra-se perfeitamente oportuna neste tempo que estamos vivendo. O momento é muito conturbado, precisamos do diálogo, a Boa Notícia! Ele é o fundamento para pactuar vida. Edgar Morin, filósofo francês, diz que é grande o desafio: “Tentamos nos cercar com o máximo de certezas, mas viver é navegar em um mar de incertezas, através de ilhotas e arquipélagos de certezas nos quais nos abastecemos”.  


É preciso recuperar a capacidade de dialogar diante de tantas polarizações que estamos vivendo, onde não se é capaz de escutar uns aos outros, mas num esforço cristão amoroso, se procure compreender a pessoa a partir de seu contexto, da sua história de vida, a partir do que ela entende sobre o que é o sentido da vida e o sentido do mundo. Recuperar a capacidade de dialogar, onde seremos capazes de cuidar uns dos outros. Portanto, escutar é cuidado, é compreender o outro, assim como nos lembra a oração de São Francisco, que eu possa mais compreender do que ser compreendido...


Portanto, através da CFE a convocação é de edificar um novo humanismo, alicerçado na ética cristã, não sendo indiferente à realidade que banaliza a vida, gera conflitos, violências, discriminações e radicalizações. É preciso olhar a realidade, sem desprezar a história – o que é uma tentação, um perigo hoje, é perder a memória! Ignorar a história nos torna vazios, sem conteúdo, desenraizados e fáceis de manipulação. A esse perigo, o Papa Francisco dedica alguns números na Carta Encíclica Fratelli Tutti,o fim da consciência histórica(FT p.17, nºs 13 e 14), e nos motiva a lê-los.


Portanto, olhos e ouvidos abertos, atentos à vida real, a tudo - luzes e sombras; pontes e muros; avanços e retrocessos; vitórias e lamentos - para não ficarmos como os discípulos de Emaús, “...nós esperávamos, mas...não deu em nada...” “está difícil...”. 


Torna-se necessário trocar impressões sobre os acontecimentos presentes e perguntar, o que anda acontecendo em nosso meio, que já não somos capazes de dialogar mais? Como recuperar as nossas relações a partir de um diálogo fraterno, sincero e amistoso? Qual seria a diferença entre uma conversa que pode conduzir ao diálogo e o diálogo propriamente dito? O diálogo é muito mais que uma conversa pontual, ele é um estilo de vida, onde somos chamados a compreender o outro, a partir da sua realidade, da sua forma de ver o mundo, de compreender as coisas. Precisamos ficar com nossa identidade cada vez mais aberta ao outro, mas, sobretudo, conscientes e convictos dela crescer no diálogo, a fim de que a paz seja uma realidade no nosso meio. É preciso olhar os diversos cenários, fazendo uma análise, fundamentada pela Palavra de Deus, a partir do Evangelho, em todas as instâncias, que é nossa missão evangelizadora junto a sociedade.


 


Equipe Arquidiocesana de Catequese

Equipe Arquidiocesana de Catequese

A Equipe Arquidiocesana de Catequese é formada por leigos e religiosos que, além de coordenar os processos de catequese na Arquidiocese, se responsabilizam pela Página Catequética - artigo publicado mensalmente no Jornal Presença Arquidiocesana e replicado nesta seção.

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