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01.Dez - Tempo do Advento: tempo de renovar a esperança
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Tempo do Advento: tempo de renovar a esperança

Iniciemos no próximo Domingo o Tempo do Advento. É uma nova etapa na caminhada das comunidades cristãs. O Advento é um tempo de espera esperançosa da manifestação plena do Filho de Deus até que cheguemos à comunhão definitiva com Ele, razão da nossa jornada. É um tempo de caminhar e construir na solidariedade e na partilha (cf. Bortolini, p. 269, 2015).


Entretanto, iniciamos esta caminhada com graves preocupações. Diversos conflitos bélicos têm assombrado a humanidade dos quais destaca-se a invasão da Ucrânia pelo exército russo e o conflito Israel-Hamas. Os fenômenos climáticos também têm causado grande preocupação. Vê-se o excesso de chuvas nos estados da região Sul e grande seca nos estados da região Norte do Brasil. A cultura da intolerância continua muito viva, fundada na rejeição ao diferente em todos os sentidos e dimensões. Todavia, não convém cair no pecado do pessimismo desencantado. Deus não desiste da humanidade e, por conseguinte, não devemos desistir de construir a civilização do amor fundada na justiça, verdade e misericórdia (cf. FT 227).  


Nesse tempo de preocupações somos motivados a renovar nossa esperança no Senhor que vem, pois cabe aos cristãos manifestar sempre as razões da esperança com modéstia, respeito e consciência limpa (cf. 1Pd 3,15-16)). Ela tem um fundamento sólido, o filho de Deus que vem nos salvar.


Os quatro domingos do Advento através da Palavra proclamada, especialmente os Evangelhos, ajudam a rezar, refletir e viver este clima esperançoso. O primeiro domingo convida  a   refletir a necessidade da vigilância e atenção em consideração à vinda do Senhor no final dos tempos. O evangelista Marcos (primeiro domingo) afirma: cuidado, ficai atentos, porque não sabeis quando chegará o momento (cf. Mc 13,33). Nos preparamos para celebrar a primeira vinda, não perdendo de vista o fim dos tempos, quando ele virá uma segunda vez de forma plena e definitiva para a glória de toda a humanidade redimida.


No segundo domingo continuamos refletindo a partir do texto de Marcos. Dessa vez ele nos apresenta João Batista, o profeta que conclamou a humanidade a preparar os caminhos do Senhor e endireitar suas veredas (Mc 1,3). Destaca-se, no texto, o testemunho de sobriedade existencial de João Batista, assim com a sua proposta: a necessidade de um batismo de conversão para acolher alguém mais forte do qual, nas suas palavras, não seria digno de abaixar-se para desamarrar suas sandálias, aquele que batizaria a humanidade no Espírito Santo (cf. Mc 1,7-8). À necessária vigilância e atenção, sob a ótica da fé (primeiro domingo), acresce-se a preparação para a vinda (o) do Senhor (segundo domingo).


No terceiro domingo do Advento as comunidades cristãs continuam refletindo o testemunho de João Batista, agora segundo o escrito de São João. O evangelista fala de João Batista como um homem enviado por Deus para dar testemunho da luz (cf. Jo 1,6). Ele mesmo afirmou que não era o Messias em resposta (a ) à   inquietação dos judeus (Jo 1,19). Apresentou-se como a voz que gritava no deserto para aplainar o caminho do Senhor. Descreve sua missão precursor do Homem que batizaria a humanidade no Espírito Santo, que viria depois dele (Jo 1,27). No terceiro domingo dá-se continuidade ao espírito motivador para a preparação para a vinda do Senhor. João Batista aponta para Ele.


O quarto domingo do Advento apresenta como fio condutor reflexivo a anunciação do verbo de Deus, texto que somente Lucas apresenta. Rezamos a partir de duas figuras bíblicas, a saber, ao anjo Gabriel e Maria de Nazaré, a escolhida para ser a mãe do Salvador. Se João Batista anunciou a vinda e motivou a preparação, Maria, por sua vez, por obra do Espírito Santo, acolheu no seu ventre o Verbo de Deus. O sim dado teve implicâncias profundas na vida da jovem de Nazaré e da humanidade.


 A visitação a Maria motiva a três percepções sob a inspiração da fé. Olhamos o amor sem limites do Pai que conta com a colaboração humana para realizar seu projeto de amor. A vinda de Jesus é um ato de amor do Pai. Olhamos para Maria que, apesar de estar com a vida encaminhada, aceitou a missão dada e as consequentes mudanças em sua vida. Ele provoca em nós a reflexão se de fato aceitamos que os desígnios de Deus interfiram em nossas vidas e projetos. Olhamos para nós, homens e mulheres de fé. Somos interlocutores do Pai nesse grande projeto de amor, sob a responsabilidade de nos guiarmos por ele. Como acolhemos esta proposta amorosa em nossas vidas? O quarto domingo sugere estas percepções como motivação de conversão.


Façamos dessas quatro semanas do Advento um roteiro espiritual que nos prepare para a vinda do Senhor. A participação nas celebrações da comunidade, encontros de famílias e outros momentos orantes é muito importante.


O Advento é um tempo de graça, de espera sóbria, de renovar a esperança, porque ela tem fundamento naquele que nos ama profundamente e envia seu filho para nos salvar


Fonte: Coordenador de Pastoral - Pe. Ari Antonio dos Reis

Padre Ari Antônio dos Reis

Padre Ari Antônio dos Reis

Pároco na paróquia Nossa Senhora Aparecida (Catedral) em Passo Fundo, Coordenador de Pastoral e professor na Itepa Faculdades

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