Carta aos Gálatas: “pois todos vós sois UM só em Cristo Jesus” (Gl 3,28d)
Neste mês de setembro celebramos os 50 anos do Mês da Bíblia e a Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), lançou um selo especial para a comemoração – 50 anos do mês da Bíblia. A proposta foi instituída pela Igreja no Brasil a partir da indispensável necessidade de anunciar a Palavra de Deus, para que possa ecoar no coração dos que escutam a Palavra, que entusiasma e impulsiona à missão. Foi criado à luz do Concílio Vaticano II, para impulsionar o aprofundamento e a vivência da Palavra de Deus, através de um itinerário e um tema específico para cada ano.
Como surgiu o Mês da Bíblia?
O Mês da Bíblia surgiu em 1971, na Arquidiocese de Belo Horizonte, por ocasião da celebração do seu cinquentenário. As Irmãs Paulinas, através do Serviço de Animação Bíblica (SAB), deram o primeiro estímulo, depois a CNBB assumiu como uma proposta nacional. Entre seus objetivos estão a contribuição para o desenvolvimento das diversas formas de presença da Bíblia, na ação evangelizadora da Igreja, no Brasil; a criação de subsídios bíblicos nas diferentes formas de comunicação e o favorecimento do diálogo criativo e transformador entre a Palavra, a pessoa e as comunidades.
Mês da Bíblia em 2021
Para o mês da Bíblia deste ano, o livro indicado para ser lido, refletido, aprofundado, vivido e celebrado, iluminando nossa caminhada bíblica é a Carta do Apóstolo Paulo aos Gálatas, com o lema: “pois todos vós sois um só em Cristo Jesus” (Gl 3,28d). As duas colunas mestras essenciais na Carta do Apóstolo Paulo aos cristãos e cristãs da região da Galácia: Gálatas, são “Não esqueçam os pobres!” (Gl 2,10) e “sejam livres!” (Gl 5,13). Uma exortação para ser levada a sério, pois o objetivo é construir uma sociedade de pessoas livres e libertadas, com a condição de cuidar dos pobres e defendê-los da relação social que cause empobrecimento.
A Carta aborda especialmente dois temas.
O primeiro é o conflito no início do cristianismo que envolvia judeu-cristãos e gentio-cristãos. “Os judeus convertidos ao cristianismo queriam que os gentios guardassem duas leis: a da circuncisão e a do puro/impuro”.
O segundo tema refere-se a um “Hino Batismal” transcrito por Paulo, conhecido por outros grupos dos cristianismos originários. “Nesse Hino se diz que todos os cristãos são filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo, porque todos foram batizados e se vestiram de Cristo.” Então, três afirmações são apontadas: a) não há judeu nem grego; b) não há escravo nem livre; c) não há homem e mulher; pois todos são UM só em Cristo Jesus (Gl 3,26-28). Essas três afirmativas serão o foco mais forte do mês da Bíblia porque abordam, dentro das comunidades, as questões de etnias (raças) e religiões, o problema das contradições sociais e, por fim, a questões relacionadas às mulheres. “A proposta do mês da Bíblia é que as comunidades possam superar as contradições, porque todos formam uma só (unidade) em Jesus Cristo”.
Postura para o estudo
Diante disso, somos convidados/as a parar para fazermos uma retrospectiva das experiências vividas, no tempo de pandemia, percebendo a ação de Deus em nossa caminhada, em nossa família, como pequenas Igrejas domésticas, na vida da comunidade, no trabalho, mesmo que por meios remotos, nas situações do nosso dia a dia. Com esse olhar podemos traçar alguns pontos que desejamos aprofundar no decorrer deste estudo do mês da Bíblia, para maior amadurecimento espiritual, tendo presente o lema: “pois todos vós sois UM só em Cristo Jesus” (Gl 3,28d). Isto promove encontros profundos entre os seguidores de Jesus de ontem e de hoje, onde o novo de ontem e o novo de hoje se encontram em torno da Palavra.
O Apóstolo Paulo deixa claro de que Jesus Cristo é o centro, somente Ele é capaz de superar as diferenças entre “homem ou mulher”, entre “escravo ou livre”, entre “judeu ou grego”, pois a Carta aos Gálatas é uma das melhores reflexões bíblicas sobre a liberdade humana e a força libertadora da fé em Jesus Cristo.
Estudo e espaço celebrativo
Sua riqueza espiritual e pastoral é imensa. Que os encontros de estudo nos ajudem a mergulhar na Palavra de Deus, para que ela ilumine nossas vidas.