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13.Out - És de Terracota!
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És de Terracota!

“Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: É declarado feriado nacional o dia 12 de outubro, para culto público e oficial a Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil”. João Figueiredo, aos 30 de junho de 1980, pela Lei nº 6.802, declarava feriado nacional o dia consagrado à Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil.


Registra-se, à história, que três pescadores, em 1717, resgataram das turvas águas do rio Paraíba do Sul uma imagem de Nossa Senhora, quebrada em duas partes. Domingos Garcia, Felipe Pedroso e João Alves içaram a pequena imagem de terracota, pesando 2,5 quilos e medindo 36 centímetros, quando unidas as duas partes, cabeça e corpo. Àqueles pescadores receberam a incumbência de prover peixes para a Vila de Santo Antônio de Guaratinguetá por ocasião da visita do Governador da Província de São Paulo e Minas Gerais, Dom Pedro de Almeida e Portugal, o Conde de Assumar.


Naquele outubro de 1717, havia escassez, não apenas de peixes, ao povo. O contexto político econômico e sócio cultural revelava-se áspero à dignidade cidadã brasileira. A religiosidade popular construída pela experiência vívida das pessoas de fé tornava-se amparo, frente as adversas situações da realidade. A esperança parece ser como um remo, às mãos das pessoas de boa vontade, uma vez que move a perseverar e a singrar, apesar das correntes contrárias, o rio da “vida em abundância” (Jo 10,10).


Domingos, Felipe e João, trabalhadores do povo, inspiram-nos hoje, à luz do Evangelho, a “avançar para águas mais profundas e lançar as redes para a pesca” (Lc 5,4). Arquiva-se registrado que “(...) continuando a pescaria, não tendo até então tomado peixe algum, dali por diante foi tão copiosa a pescaria em poucos lanços, que receoso, e os companheiros de naufragarem pelo muito peixe que tinham nas canoas, se retiraram às suas vivendas, admirados deste sucesso” (Livro do Tombo da Paróquia de Santo Antônio de Guaratinguetá, 1757). É salutar, na realidade contemporânea, pescar diferente e guardar “atenção” à Palavra (Lc 5,5), conscientes à missão de gestar alternativas ao bem comum societário, como rege a Doutrina Social da Igreja.


À Romaria de Nossa Senhora Aparecida de Passo Fundo, em 2019, propôs-se caminhar com o tema: “Aparecida nos chama para a Missão!” Sabe-se que a história da Romaria de Passo Fundo, nascera em 1980, nas imediações do Seminário Nossa Senhora Aparecida, hoje, Santuário Arquidiocesano. Em 2020, pelo compromisso de cuidado à vida e à saúde, respeitando as orientações sanitárias, não houve caminhada. Neste 2021, celebrando 70 anos da Diocese de Passo Fundo e 10 anos de elevação à Arquidiocese, motiva-se o tema: “Povo Deus, Igreja viva edificamos!”


A imagem de terracota encontrada nas águas permanecera sob a guarda das famílias e pescadores por longos anos. A comunidade reunia-se, aos sábados e domingos, para prestar homenagens e devoções junto ao oratório, construído em 1732. A primeira capela fora edificada em 1745. O Papa Pio X, em 1904, concedeu-lhe o título de Nossa Senhora da Conceição Aparecida e, em 1930, Pio XI consagrou-a Padroeira do Brasil. A festa litúrgica de Nossa Senhora Aparecida, no dia 12 de outubro, fora instituída pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em 1953.


A Basílica Nacional fora solenemente consagrada, em 1980, durante a visita do Papa João Paulo II. Por ocasião da V Conferência Geral Episcopal da América Latina e Caribe, em 2007, Papa Bento XVI, hospedou-se em Aparecida. E, ao visitar o Brasil, para participar da Jornada Mundial da Juventude, Papa Francisco, no dia 24 de julho, celebrou missa no Santuário Nacional. A devoção à Maria, Nossa Senhora Aparecida, peregrina caminhos e comunidades brasileiras. Sabe-se que o culto à Imaculada Conceição de Maria compõe o construto cristão católico. Maria é Mãe de Deus e da Igreja, Povo de Deus.  


A Arquidiocese de Passo Fundo, devotada à Nossa Senhora Aparecida, há anos, acolhe a segunda maior romaria nacional dedicada à Padroeira do Brasil. O carinho por Maria, conduz milhares de pessoas, crianças, jovens, adultos e anciãos ao encontro do Mistério Pascal: vida, paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo, Deus Conosco. Na solenidade de Maria Aparecida, compreende-se que “escolhida, entre todas as mulheres, modelo de santidade e advogada nossa, ela intervém constantemente em favor do povo” como reverbera a sagrada escritura ao referir-se a jovem rainha, Ester: “concede-me a vida – eis meu pedido! – e a vida do meu povo – eis o meu desejo!” (Est 7,3).


12 de outubro, recorda-nos ademais, o dia das crianças e o dia nacional da leitura (Lei nº 11.899/2009). Caminhar unidos(as) na esperança, na fé e na caridade, fortalece-nos à digna vida. És de terracota, sim, a imagem. Todavia, és a Mãe Aparecida, da nação devota, padroeira. Rogo, por fim, ó Deus que, “ao rendermos culto à Imaculada Conceição de Maria, Mãe de Deus e Senhora nossa, concedei que o povo brasileiro, fiel à sua vocação e vivendo na paz e na justiça, possa chegar um dia à pátria definitiva”. 


 


Padre Leandro de Mello

Padre Leandro de Mello

Pároco na paróquia Nossa Senhora dos Navegantes – Ronda Alta, e Assessor da Pastoral da Juventude

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