Arquidiocese de Passo Fundo
 
 
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21.Jul - Assembleia Eclesial Latino Americana
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Assembleia Eclesial Latino Americana


Somos discípulos missionários em saída


Foi lançada recentemente a proposta da Assembleia Eclesial Latino Americana e Caribenha.  Antes de tratarmos do tema mencionado no título é conveniente lembrar a tradição de encontros da Igreja Latino Americana e Caribenha para tratar da missão evangelizadora. O último evento foi a V Assembleia Geral do Episcopado Latino Americano e Caribenho, realizada na cidade de Aparecida em 2007. Antes disso aconteceram outros: Rio de Janeiro (1955); Medellín-Colômbia (1968); Puebla-México (1979); Santo Domingo (1994).  A Assembleia de Aparecida (2007) veio solidificar esta rica tradição de reflexão sobre a ação evangelizadora.


Recentemente o Papa Francisco foi consultado sobre a possibilidade de realização de uma sexta assembleia. Ele, por sua vez, deu outra sugestão, segundo a compreensão de que a reflexão eclesial proposta no Documento Conclusivo de Aparecida ainda não estava esgotada. Foi levantada a possibilidade de uma Assembleia Eclesial com ampla participação dos cristãos e pessoas de boa vontade dialogante com a proposta de Aparecida e com as perspectivas da missão eclesial nos próximos anos.


Aqui surge uma inovação metodológica. As assembleias ocorridas até então, mesmo com processos participativos na preparação,  eram episcopais, ou seja, somente os bispos tinham voz ativa e condições de aprovar as deliberações, ainda que contassem com o trabalho de assessoria presencial. A assembleia em construção terá um alcance maior iniciando pela escuta dos interessados a partir da pergunta: “quais são os novos desafios para a Igreja na América Latina e no Caribe, à luz da V Conferência Geral de Aparecida, dos sinais dos tempos e do Magistério do Papa Francisco para a Assembleia e a caminho de 2031+2033? ”. A data citada (2031+2033) diz respeito ao jubileu da aparição de Nossa Senhora em Guadalupe no México (Jubileu Guadalupano) e os dois mil anos da Ressurreição de Jesus Cristo (Jubileu da Redenção).


  Será a Assembleia do Povo de Deus, assumindo uma perspectiva sinodal (caminhar juntos). É um caminho reflexivo e propositivo que envolverá os diferentes grupos da Igreja, leigos e leigas, seminaristas, religiosos e religiosas, presbíteros, diáconos, bispos e todas as pessoas de boa vontade que se propõem a esta caminhada reflexiva. O evento presencial será nos dias 21-28 de novembro na cidade de Guadalupe- México. Antes está se delineando um amplo processo de escuta, como mencionado acima. O texto que sustenta o processo preparatório afirma: caminhemos em direção a esta Assembleia Eclesial com plena consciência de que estamos entrando num tempo de oração e de escuta do Espírito, que nos ajudará a reconhecer os sinais dos tempos em comunidade (Documento Preparatório, p 5). Insiste que é um tempo de escutar uns aos outros deixando que o Espírito Santo trabalhe em cada um de nós e nas comunidades. Junto à oração e escuta está o desafio do discernimento a partir do contato com a Palavra de Deus e com a história (Documento Preparatório p. 5).


Sugere a metodologia já consolidada ver, iluminar (julgar) e agir a partir dos seguintes objetivos: reacender a Igreja de nova maneira, apresentando uma proposta restauradora e regeneradora; ser um evento eclesial em chave sinodal, e não apenas episcopal, com uma metodologia representativa, inclusiva e participativa; fazer uma releitura agradecida de Aparecida que possibilite gerenciar o futuro; ser um marco eclesial que consegue relançar grandes temas ainda em vigor, que surgiram em Aparecida e voltar a temas e agendas marcantes; reconectar as cinco Conferências Gerais do Episcopado Latino-Americano e Caribe, ligando o Magistério Latino-Americano ao Magistério do Papa Francisco, marcando  três marcos: de Medellín a Aparecida, de Aparecida à Querida Amazônia, da Querida Amazônia ao Jubileu de Guadalupano e da Redenção em 2031+2033.


Chamo a atenção para algumas iniciativas que darão a esta assembleia uma característica toda especial. Caso se efetivem com eficácia permitirão um salto qualitativo na ação evangelizadora no continente latino americano e caribenho. A assembleia vai priorizar a participação. Participar significa tomar parte, consequentemente envolver-se, responsabilizar-se por um processo em decurso em vista da intervenção nas decisões tomadas.  O guia metodológico relata esta perspectiva: aspiramos ter uma participação completa de todos os peregrinos, povo de Deus, que caminha na América Latina e no Caribe, de modo que esta Assembleia seja uma verdadeira celebração de nossa identidade eclesial a serviço da vida (cf. Guia Metodológico p. 4).


  A participação implica na escuta: é uma atitude de interesse profundo e responsabilidade com quem está se expressando. O livro do Êxodo relata do processo libertador desencadeado por Deus a partir da escuta do clamor do seu povo (Ex 3,7).  Escutar o que o que o ser humano tem a dizer é um passo importante que levará a outras iniciativas em prol do povo de Deus. Sobre isso o guia metodológico afirma: o processo de escuta será a base do discernimento, e nos esclarecerá para guiar os passos futuros que, como Igreja e como CELAM, devemos acompanhar o Jesus encarnado hoje no meio do povo, em seu “sensus fidei” que é seu sentimento de fé (cf. Guia Metodológico p. 4).


Tem uma dimensão sinodal muito forte. A sinodalidade não é novidade na Igreja, é parte da tradição eclesial a partilha de informações, saberes e tomada de decisões em vista de algo que é comum e importante para todos. O objetivo comum exige a caminhada em comum, o “caminhar juntos”.


A oportunidade de participar e ser ouvido exigirá do povo de Deus e das pessoas de boa vontade o envolvimento. O processo será rico, um verdadeiro Kairós. Quanto maior e mais profundo o envolvimento maior enriquecimento se dará ao processo e mais enriquecidos sairemos dele. Não tenhamos medo de partilhar nossas impressões com honestidade, senso de fé e compromisso eclesial. Não evitemos os aprendizados que chegarão até nós, porque evento em curso quer ser uma expressão genuína da presença que abrace as esperanças e anseios das mulheres e homens que fazem a Igreja, Povo de Deus (cf. Guia Metodológico p.  4). A tarefa individual, para as comunidades, pastorais e diferentes grupos eclesiais está dada como indicado: solicitem às suas instâncias eclesiais de referência para que possam participar (cf. Guia Metodológico p. 4).


A arquidiocese de Passo fundo já está em processo de Assembleia. No dia 06 de julho, de forma virtual, foi apresentado o projeto para as diferentes lideranças arquidiocesanas.  Definiu-se encontros em nível de paróquias e áreas pastorais para aprofundamento do estudo e respostas ao questionário (processo de escuta). Também é possível que se responda individualmente ou por grupos de pastoral. O processo de escuta é amplo e conta com a participação de todos. Tudo o que fizermos enriquecerá este momento de graça da Igreja latino-americana e caribenha.   Façamos a nossa parte. Será um momento valioso para todos nós.



Padre Ari Antônio dos Reis

Padre Ari Antônio dos Reis

Pároco na paróquia Nossa Senhora Aparecida (Catedral) em Passo Fundo, Coordenador de Pastoral e professor na Itepa Faculdades

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