A região da atual Paróquia de Ernestina era originalmente coberta por pinheirais, com pequenos espaços de campos e alguns capões. Era habitada, antes da chegada dos brancos, por índios caingangues, especialmente ao longo do Rio Jacuí. Os índios caingangues, com a chegada dos missionários jesuítas no século 17, não se aldearam. Os guaranis, porém, aceitaram o aldeamento e no Rincão do Pessegueiro, interior do município, encontram-se alguns possíveis indícios da localização da Redução de Santa Teresa, destruída em 1637 pelos bandeirantes, à procura de escravos índios.

As primeiras famílias de descendentes de imigrantes, em sua maioria alemães, chegaram no final do século dezenove. A localização da atual cidade de Ernestina tem por origem uma doação do grande proprietário de terras na região, Tenente Coronel Ernesto Carneiro da Fontoura. Este doou terras junto ao que se chamava Posse Barão.

O primeiro nome da nova localidade foi Vista Alegre. Depois foi chamada de Ernestina, em homenagem à esposa do doador das terras. Aos poucos a localidade cresceu e em 1924 passou a categoria de Vila e em 1940 a distrito de Passo Fundo. Em 11 de abril de 1988 Ernestina obteve a emancipação e tornou-se o município de Ernestina. Tem comunicação rodoviária fácil com Passo Fundo, Soledade e Carazinho. Ultimamente assiste ao cresci- mento do novo município de Tio Hugo, desmembrado em sua maior parte de Ernestina. Tio Hugo, porém, como comunidade católica, continua a pertencer à Paróquia de Ernestina.

A Paróquia São José de Ernestina, foi criada (a 1ª vez) em 6 de abril de 1950, por Dom Antônio Reis, Bispo de Santa Maria. O cuidado pastoral da nova paróquia foi entregue aos padres franciscanos, que já atendiam a vizinha Paróquia de Não-Me-Toque. Foi decisivo para a criação da paróquia a presença de muitos trabalhadores que construíam a Barragem de Ernestina. A Barragem foi oficialmente inaugurada no dia 27 de maio de 1954, com a presença do Governador do Estado General Ernesto Dornelles, de Dom Cláudio Colling, Bispo de Passo Fundo e outras autoridades federais, estaduais e municipais.

A Casa paroquial é de madeira, bastante simples, construída há mais de cinquenta anos, logo no início da Paróquia. Resistiu ao tempo e em 2005 ainda é a Casa paroquial, embora já existam planos de construir uma Casa paroquial de alvenaria.

Segundo nos informa o Livro Tombo, a condução dos freis inicialmente era um cavalo. Depois uma "bicicleta-motor". Por fim, em 1954, foi comprado um automóvel Ford, ano 1929. Não deu muito certo pois já no começo de 1955 o frei atendia a paróquia "no lombo do burro". Por isso, em 15 de novembro de 1956 foi comprado outro carro, um Chevrolet 1939. Também não deu muito certo pois em 22 de dezembro de 1957 o Chevrolet foi trocado por um jipe, novinho em folha, ano 1957, montado em São Paulo. Ainda em 1957, mês de novembro, forte vendaval fez desabar a parte alta da torre da Igreja, de madeira, originando despesas imprevistas. Logo foi sanado o problema com torre nova e pintura nova de toda a Igreja.

É interessante a anotação do Livro Tombo da Paróquia que registra que, em agosto de 1958, a paróquia comprou um "aparelho de cinema ... acompanhado de tudo quanto se precisa para passar filmes". Novidade na paróquia! Os filmes, bem selecionados e censurados, eram passados no Salão de Festas da Paróquia. As crianças eram estimuladas a comparecer mais assiduamente à doutrina (catequese) e à Missa, ganhando entrada grátis para ver o "cinema"!

A Ação Católica estava organizada na paróquia, sendo de registrar que em 1958 recebeu um impulso especial com a participação em um Encontro de Formação da JOC (Juventude Operária Católica) realizado no Lar da Menina de Passo Fundo, sob a coordenação do Pe. Paulo Farina, ajudado pela srta. Terezinha Mocelin.

Também a JAC, (Juventude Agrária Católica) foi bem organizada no final dos anos 50 e década de 1960. A organização da FAG (Frente Agrária Gaúcha) deixou suas marcas na comunidade na década de 1960, ajudando na sindicalização dos agricultores e na formação dos mesmos. São muitos os registros no Livro Tombo da paróquia do empenho do Pároco, auxiliado pela FAG, na melhoria das condições dos agricultores, imensa maioria da população da paróquia.

Em abril de 1969 começou o processo de transferência da sede da Paróquia de Ernestina para o bairro Boqueirão, capela São Vicente, em Passo Fundo: oito capelas (entre elas a de Nicolau Vergueiro) passaram a ser atendidas por Marau; duas capelas passaram a ser atendidas por Camargo (decreto número 2608, livro V, folha 96v, dos Registros da Cúria de Passo Fundo.). Os freis passaram a residir em Passo Fundo, inicialmente na Paróquia da Conceição e depois junto à Capela São Vicente. Atendiam todos os bairros surgidos na região do Boqueirão, bem como o que restava da Paróquia de Ernestina. Porém, a situação não perdurou muito, pois em 10 de fevereiro de 1974 foi criada oficialmente a Paróquia de São Vicente de Paulo e foi extinta a Paróquia de Ernestina, cuja matriz passou a ser uma capela de São Vicente.

Na verdade, foi uma morte temporária, pois em 5 de dezembro de 1990 foi ressuscitada, sendo criada paróquia (pela segunda vez). Desta data em diante foi entregue aos cuidados dos padres diocesanos.