Peregrinação, que é a mais antiga do estado, acontece neste final de semana
Em sintonia com a proposta do papa Francisco, que definiu o Ano Santo da Misericórdia, a 145ª edição da Romaria de São Miguel, que acontece neste domingo, 25, reza o lema “São Miguel, ajuda-nos a viver a misericórdia na família” e busca reunir, mais uma vez, milhares de fiéis devotos ao arcanjo em Passo Fundo e região.
A peregrinação - que acontece desde 1871 sendo, assim, a mais antiga do Rio Grande do Sul – envolve o trabalho da Paróquia São Vicente de Paulo e, também, das comunidades da área, especialmente da localidade do Pinheiro Torto, local onde está construída a Capela de São Miguel. Antes da Romaria, no entanto, os romeiros se reúnem em preparação: desde a quarta-feira, 21, a Capela recebe a comunidade em celebrações que refletem o lema da Romaria. “Essas liturgias ajudam a vivenciar a devoção a São Miguel”, comenta o pároco da São Vicente de Paulo, Carlos Jaroceski. O tríduo será encerrado nesta sexta-feira, 23, com uma procissão luminosa que inicia no Posto São Miguel e segue em direção à Capela.
Programação
No domingo, às 8h30, tanto a paróquia São Vicente de Paulo quanto a Capela iniciam a manhã com uma missa de acolhida aos fiéis. A peregrinação, de fato, inicia às 9h15 em frente à igreja São Vicente e segue em direção à Capela onde por volta das 10h30 será realizada uma missa festiva com a presença da imagem histórica de São Miguel. Mais tarde, às 11h30, o Grupo Alforria de São Miguel faz uma apresentação cultural africana. Ainda, no local serão vendidos cartões para o almoço – com possibilidade de churrasco (2 kg a R$ 60) e carreteiro (R$ 10 a marmita). No local, também estará disponível o serviço de copa e cozinha com a venda de doces, bolos, pastéis, água e refrigerante. Na parte da tarde, será realizada a bênção da saúde e, por fim, a comunidade poderá prestigiar um momento de integração com a animação de uma banda.
História, religiosidade e devoção
Tradicional em Passo Fundo, a Romaria de São Miguel tem suas origens na história de dois escravos que, ainda no século XIX, voltavam da Guerra do Paraguai quando, ao chegarem às terras onde hoje fica o atual distrito do Pulador, uma pequena estatueta de São Miguel Arcanjo os impede de continuar. Inspirados pela imagem, nas terras de Bernardo Castanho Rocha, fugindo dos ares urbanos e direcionada para o povo do campo, foi construída, de pau-a-pique e com telhado de capim, uma pequena capela.
Hoje, reformada e tombada como patrimônio cultural, a capela é o foco da fé. “A devoção ao arcanjo é fundamentada no antigo e novo testamento quando se fala que Deus enviará anjos para cuidar de cada um dos seus pequeninos e, principalmente, dos mais necessitados – na época em que a imagem foi encontrada, os necessitados eram os escravos e, hoje, há tantas outras pessoas que precisam de força”, comenta o padre Carlos que acrescenta, ainda, que a Romaria é um símbolo de devoção. “Neste dia, pessoas comparecem mesmo com chuva ou com sol forte. Fazem sua caminhada, fazem seus pedidos, suas promessas”, continua o padre que, ao lado do seminarista Joule Santos e dos jovens do Curso de Liderança Juvenil, é responsável pela animação da procissão. “São Miguel é decretado como protetor de toda a Igreja Católica. Biblicamente é considerado aquele que defende contra as injustiças, contra qualquer tipo de violência. Hoje, está presente justamente pra ajudar a defender dos males que a sociedade e o mundo apresentam. Por isso, é tão importante que a cidade assuma esta Romaria e que possa, no domingo, fazer sua prece”, conclui.
Serviço
145º Romaria de São Miguel
8h30: Missa na Matriz São Vicente de Paulo | Missa na Capela de São Miguel
9h15: Peregrinação inicia na Matriz e segue em direção à Capela – 5km
10h30: Missa Festiva com a presença da Imagem
11h30: Apresentação cultural do Grupo Alforria
12h: Almoço
14h: Celebração | Bênção da Saúde | Música ao vivo com banda
Assessoria de Comunicação da Arquidiocese de Passo Fundo
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Foto: Rádio Planalto