Neste espaço da catequese, deveríamos estar lendo boas notícias sobre a realização da Jornada Arquidiocesana de Iniciação à Vida Cristã, prevista para o dia 15 de março. Mas, infelizmente, uma situação inesperada, chamada pandemia, veio transformar nossa vivência de fé, de motivação, de formação, que faríamos nesse dia e, ainda, confundindo e assustando centenas de milhões de pessoas, no dia a dia de suas vidas.
A Jornada foi cancelada, mas veio, também, a suspensão, ao menos temporária, da catequese. O que isso nos faz refletir, meditar, fazer? Vamos deixar o medo tomar conta, não acreditar nas recomendações, não fazer nossa parte? Evidentemente não podemos desanimar diante de tal situação, principalmente para quem exerce um ministério que quer levar os catequizandos, crianças, jovens, adultos e a todos os cristãos ao aprofundamento da fé, ao seguimento a Jesus.
Por isso, queridos(as) catequistas, nossa reflexão se dirige à vida. Neste ano, a Campanha da Fraternidade nos convida a olhar, de modo mais atento e detalhado para a vida. Um olhar que se eleva para Deus, no mais profundo espírito quaresmal, que se volta também para os irmãos e irmãs, contemplando o planeta, identificando a criação como presente amoroso do Criador. E neste tempo, onde o convite é o cuidado com a vida, esta pandemia nos desafia! Então, o que devemos fazer diante dela? Nossa fé precisa ser intensa e o cuidado também, para assim cuidar do outro, da outra. Hoje, vivemos tempos difíceis, mas diante de tanta notícia ruim e do desespero de muitas pessoas, precisamos voltar-nos para Deus, tentando buscar o que e como fazer para ajudar a aliviar, pelo menos um pouco, o sofrimento das pessoas em vista do coronavírus. Como fortalecer a fé, senão buscando a Palavra de Deus, lendo a Bíblia e fazendo como o rei Josafá, que reza e diz: “...Deus, nós não sabemos o que fazer, mas os nossos olhos se voltam para Ti” (cf 2 Crônicas 20,12).
Mesmo diante do medo, confiemos em Deus
"Josafá teve medo e se pôs a buscar ao Senhor" (2Crônicas 20,3). Um rei teve medo, mas tinha comunhão com Deus, tinha sentimentos comuns como os nossos e foi buscar o Senhor. Assim, se desejamos receber ajuda de Deus, reconheçamos nossos medos e fraquezas, primeiro passo de quem deseja receber ajuda do Alto, o que não significa falta de fé.
De Deus vem a Salvação
Não sabemos se esse surto vai se prolongar, piorar, se vai nos atingir, se seremos vítimas ou não. Confiemos, pois de Deus vem a salvação. Ele nos ama e enviou Jesus, seu filho amado, para morrer por nós pecadores, e agora, quem nEle crê, tem a vida eterna (Rm 5,8; Jo3.16).
A confiança precisa ser mantida
A Bíblia nos convida a manter uma confiança inabalável no Senhor, mesmo quando não sabemos o que vem pela frente, pois nossas vidas são entregues a Deus e fazemos a experiência de uma paz que supera todo entendimento (Filipenses 4,7). Cristo estará sempre ao nosso lado e o Espírito Santo nos enche de esperança, nenhum mal dura para sempre.
Resista ao pânico
Resistir não significa falta de preocupação ou ignorar os conselhos dos médicos profissionais e especialistas em saúde pública. Mas pânico e medo não vêm de Deus. Calma e esperança, sim! É possível responder a uma crise com seriedade e deliberação, mantendo senso interior de calma e de esperança. É preciso pedir ajuda a Deus, tanto pelas pessoas que já estão doentes, quanto pelas que tomam medidas para não contrair a Covid-19.
Reze
Rezar e lembrar que ainda faz parte de uma comunidade. Sejamos criativos, meditemos o Evangelho por conta própria, consultemos a Bíblia sobre as leituras, reunindo a família, ou liguemos para os amigos falando das experiências de como Deus está conosco, mesmo em meio a uma crise. Tenhamos presente o que Jesus disse: “Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome (mesmo que virtualmente), eu estarei no meio deles”(Mt 18,20).
